Para quem pensa que efetivamente essa tecnologia, ou esse recurso econômico está longe de acontecer, o presidente do BCB, informou ainda que os testes da Central Bank Digital Currency (CBDC) nacional, serão iniciados já em 2023, e gradativamente a moeda vai ser implantada ao longo de 2024.

Funcionalidade

O Real Digital, conforme informado por Campos Neto, integra uma agenda mais ampla de digitalização e descentralização da economia, que por sua vez foi arquitetada com a inclusão do Pix e do Open Finance. 

A moeda tem como objetivo facilitar as transações financeiras e fiscalização, como por exemplo, a aplicação da inovação nos smart contracts (contratos inteligentes), como “dinheiro programável”.

Inúmeras transações poderão ser realizadas nesse sentido, e questões diárias como pagamento de um serviço de stream, tarifas de pedágio, estacionamentos, despesas de água, luz, internet, alimentação fast food, e até mesmo para os empreendedores, pagamento de despesas com marketing digital, são algumas das facilidades a serem obtidas com a nova moeda.

Há também outras possibilidades em uma nova perspectiva de geração de serviços financeiros, que são inspiradas em operações de Finanças Descentralizadas (DeFi), como a automatização de empréstimos entre pessoas com juros pagos pelo tomador, contudo essas transações serão geridas por software ligado ao Banco Central e Receita Federal.

Principais vantagens

O novo modelo de moeda que será implementada no Brasil a partir de 2024, conforme as projeções têm como vantagens, o incentivo à inovação e concorrência no ambiente virtual, como também inibir  práticas de crimes financeiros, como lavagem de dinheiro.

Outros fatores voltados para custos e monitoramento do capital que circula na mão do cidadão são vistos como pontos positivos pelo Banco Central. Pela moeda brasileira digital haverá maior agilidade em transações nacionais e internacionais, redução da emissão de papel-moeda e consequentemente seus custos, ampliar e facilitar o rastreamento do dinheiro assim como, facilitar a tributação.

Já relacionado aos impactos mais práticos na vida do cidadão, a moeda digital poderá ser usada para fazer compras no varejo, para os turistas o dinheiro poderá ser usado em qualquer lugar do mundo, sem necessidade de conversão para a moeda local já que terá a mesma cotação em relação às outras moedas e ainda garantirá maior segurança jurídica e mais privacidade no compartilhamento de dados pessoais. 

Mas se já existe o pix para o que vai servir o Real Digital?

Para aqueles que não entendem qual a função, ou vantagem de se criar o Real Digital, a inovação trará eficiência nos meios de pagamento, por meio da digitalização dos processos. Ela não vai substituir, mas sim complementar a atuação do PIX e integrando as finanças descentralizadas.

Muitos confundem o Pix com a moeda digital, é importante destacarmos que se trata na verdade de uma transação monetária virtual (como uma transferência ou pagamento) que pode ser feita por qualquer instituição financeira. Os clientes da IstPay por exemplo, tem essa ferramenta disponível em suas contas, podendo realizar diversas transações por meio da plataforma de gestão e do App disponível para gadgets com sistema operacional IOS ou Android.

Por sua vez, o Real Digital que estará disponível a partir de 2024, será uma extensão da moeda física. O seu objetivo é facilitar operações virtuais, como o pagamento de boletos e o recebimento por serviços prestados pela internet.

A extensão da moeda brasileira terá como benefícios a facilidade para realização de transações virtuais, já que as instituições bancárias terão uma carteira digital, e assim irão oferecer diversas aplicações para o dinheiro online de cada cliente.

Haverá ainda o ganho de segurança no que tange as movimentações financeiras, evitando assim crimes diários como a falsificação de cédulas e lavagem de dinheiro.

O Real Digital não será uma criptomoeda

É claro que ao pensarmos em dinheiro digital imediatamente relacionamos o Real Digital as Criptomoedas, mas diante do trocadilho quase que infame e cometendo uma gafe em nosso idioma “na Real não tem nada haver”, ou seja a moeda digital brasileira não será uma criptomoeda.

Vamos à explicação. As criptos foram criadas com caráter de investimento, você investe seu dinheiro de maneira semelhante à bolsa, já que as criptomoedas tem variação de valor, e assim você ganha ou perde o seu lindo dinheirinho.  

Já no Real Digital não existe essa ótica, o valor da moeda digital é o mesmo da física, acompanha a inflação, e tem sempre o valor do dinheiro de papel que está no seu bolso. Isso quer dizer que os seus R$ 1500 digitais, sempre terão o valor de R$ 1500, em sua conta bancária.

Se tratando de criptomoedas, a principal diferença está na regulamentação e controle. O Real Digital será totalmente integrado ao Banco Central, as criptos por sua vez são de gestão descentralizada.  

Isso quer dizer, que a moeda digital brasileira será emitida assim como o dinheiro físico, por sua vez as criptos que não são regulamentadas e fiscalizadas em nosso país, tem o caráter de movimentações financeiras anônimas, na ótica da Receita Federal. Sendo assim, quem regula a moeda são os próprios investidores, o que nem sempre é garantia de segurança ou transparência. 

No caso do Real Digital, não se trata de um investimento da parte do cidadão que utiliza a moeda digital. O que na verdade ocorrerá com a implementação da nova modalidade da moeda brasileira, justamente pelo caráter centralizado do Banco Central, será maior controle, segurança e praticidade, tanto do popular que utiliza a extensão da moeda, quanto das instituições de fiscalização nacionais.